O Mundo Gira, A Lusitana Roda…

2010/03/30

MORGOU

Filed under: Cri-crítica — trezende2013 @ 07:40

Todos nós temos dias de fúria ou de “bad hair day”. Acontece. Não é sempre que estamos inspirados para escrever, trabalhar ou simplesmente sair de casa para comprar chuchu.
Marc Lawrence – o mesmo do delicioso “Letra e Música” – parece ter vivido semanas assim quando escreveu e posteriormente dirigiu “Cadê os Morgan?”.
O novo trabalho de Marc Lawrence não é filme. É um chuchu. Nenhuma surpresa, reviravolta, sacada ou novidade na escolha e na interpretação dos protagonistas.
Hugh Grant repete o papel de sempre, tanto na ficção quanto na vida real: o de traidor. Já Sarah Jessica Parker novamente dá vida à personagem que fez sua fama em “Sex and The City”: a de novaiorquina bem-sucedida que estampa capas de revistas. O destaque aqui é o cabelo. Quanta diferença.
Hugh Grant e Jessica Parker formam um casal recém-separado que se torna testemunha de um crime em Nova York. Correndo risco de morte, eles são incluídos no programa de proteção a testemunhas do FBI e obrigados a morar temporariamente no interior dos Estados Unidos – mais especificamente em Ray (Wyoming).
É necessário apenas um Tico e um Teco para adivinhar onde a história vai dar. Mas não é a previsibilidade que incomoda – afinal, é a característica principal das comédias românticas. O grande problema é que depois de uma hora e trinta minutos tentamos entender qual é a do filme. Por quê? Para quem? A troco de quê?
As poucas piadas não resultam em gargalhadas e resumem-se a diálogos afiados que opõem republicanos e democratas.
Quando a personagem de Mary Steenburgen aparece, Jéssica Parker diz: “oh meu Deus, é a Sarah Palin!”. Além disso, alguns moradores de Ray orgulham-se de saber de cor quantos democratas há na cidade: 13.
“Cadê os Morgan?” só não se torna intolerável porque até o nada os americanos sabem filmar muito bem. Conseguir o naturalismo – mesmo que seja no vácuo – não deixa de ser um mérito.

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