O Mundo Gira, A Lusitana Roda…

2010/07/09

ENSABOA MULATA, ENSABOA

Filed under: Mentes brilhantes — trezende2013 @ 09:38

O Zimbábue é o único país do mundo onde a lavagem de dinheiro é não somente aceita, como incentivada.
A prática, no entanto, não é a que conhecemos aqui – realizada através da compra de castelos ou do que mais a imaginação de faz-de-conta de nossas “otoridades” é capaz de inventar.
No Zimbábue, lavar dólares é uma questão de higiene.
De acordo com o governo, é a melhor solução num país em que a moeda americana circula até se desfazer e tem um tempo de vida muito maior do que o previsto pelo Banco Central americano.
Após passarem de mão em mão nos Estados Unidos, cédulas de pouco valor vão parar no Zimbábue que, assim como o Brasil, sofre com os altos índices de criminalidade. Para evitar um possível prejuízo causado por trombadinhas, os cidadãos têm o costume de carregar dinheiro escondido – dentro dos sapatos ou das cuecas.
As notas ficam fedorentas e a maioria dos comerciantes não aceita as rasgadas, coladas com durex, queimadas ou com qualquer outra deformação. Portanto, os zimbabuanos as tratam como roupas. Depois de as lavarem na máquina junto com calças e camisas, põem tudo para secar no varal.
Vários cidadãos utilizam a máquina, mas ela não é a melhor opção porque estraga e desbota as cédulas – mesmo as que têm algodão em sua composição. A melhor maneira é a lavagem manual, com água quente.
O Banco Central americano destrói cerca de 7 mil toneladas de dinheiro “impróprio para consumo” todos os anos. Estima-se que as cédulas de 1 dólar circulem nos Estados Unidos por cerca de 20 meses.
As notas mais encontradas no Zimbábue são as de $1, $2, $5 e $10.
Os zimbabuanos podem até ser pobres, mas são limpinhos.

Vejam mais fotos AQUI

2010/07/08

IN THE NAME OF LOVE

Filed under: Cri-crítica — trezende2013 @ 11:26

Atenção, desavisados: “I Love You Phillip Morris” não é um filme sobre um fumante inveterado que comete loucuras para sustentar seu vício. É quase isso.
Pessimamente traduzido para “O Golpista do Ano”, é baseado no livro e na história real de Steven Jay Russell, um vigarista que aplicou diversos golpes, teve inúmeras identidades – de advogado a atendente de lanchonete – e conseguiu escapar de prisões no Texas por pelo menos quatro vezes – o que aliás serve de motivo para ironias e algumas piadas envolvendo George W. Bush.
A carreira de fraudes de Steven Russel – que atualmente cumpre pena de 144 anos – lhe rendeu os apelidos de “Houdini” e “Rei dos Trapaceiros”.
“I Love You Phillip Morris” é uma cópia de “Prenda-me se For Capaz”, em que Leonardo diCaprio vive outro impostor americano, Frank Abagnale Jr.
A única diferença é que Steven Russell é homossexual – condição que o Steven real utiliza como álibi para explicar seus crimes. Segundo ele, tudo o que fez foi em nome (e para ficar perto) do seu amor, Phillip Morris. Somente um “Stop! In the name of love” seria capaz de detê-lo.
No início do filme Steven Russell (Jim Carrey) leva uma vida medíocre de homem casado, evangélico, pai de uma menina e que por motivos óbvios precisa esconder que é homossexual. Após um grave acidente de carro promete a si mesmo que vai curtir a vida e sair do armário. “Gay, gay, gay, gay!”, grita ele dentro da ambulância.
A estreia na direção de Glenn Ficarra e John Requa resulta bem irregular, o que torna difícil até descobrirmos se é uma comédia dramática ou um drama com toques de comédia.
Há cenas divertidas, emocionantes – como as do romance entre Steven e o namorado – e principalmente inacreditáveis – as que retratam seus golpes e fugas.
Mas para além das caretas de Jim Carrey está Ewan McGregor, brilhante como o “lolito” Phillip Morris: delicado, sem resvalar no estereótipo. Há também a participação de Rodrigo Santoro como Jimmy, um dos primeiros namorados de Steven.
Um dos bons momentos do filme são as visões-delírio de Steven com o órgão masculino. Na infância, brincando de interpretar o formato das nuvens, já fazia associações entre elas e o órgão masculino.
Lembrou-me de uma entrevista que fiz certa vez com o cartunista Caco Galhardo. Perguntado como se iniciou na área, respondeu-me que aos 10 anos gostava de desenhar “membros” nos cadernos dele e dos coleguinhas na escola.

Conheçam o Steven Russell real AQUI

2010/07/07

DINO DA SILVA SAURO

Filed under: Mentes brilhantes — trezende2013 @ 10:52

No Brasil é comum encontrarmos nomes estranhos como Antonio Treze de Junho de Mil Novecentos e Dezessete, Chananeco Vargas da Silva, Ernesto Segundo da Família Lima ou Magnésia Bisurada do Patrocínio.
Mas em alguns países há regras para evitar que pais criativos como Baby do Brasil causem traumas aos seus rebentos. Confiram alguns casos:

1. Alemanha
É preciso ser possível identificar o gênero da criança pelo primeiro nome. Além disso, ele não pode afetar o bem-estar do petiz e nem conter nomes de objetos ou produtos.
Em cada região do país há um “Standesamt”, uma espécie de cartório que conta com um manual de significados de nomes internacionais traduzidos para o alemão. Em caso de dúvida, eles recorrem à embaixada do país em questão.
Se o nome escolhido é reprovado os pais podem recorrer, mas a cada vez que o fazem, pagam uma taxa.
Como é um processo complicado, a maioria dos alemães acaba optando pelos tradicionais Maximilian, Alexander, Marie e Sophie.
Não-aceito: Matti – porque não indica gênero
Aceitos: Legolas e Nemo

2. China
O governo recomenda que os nomes dados às crianças sejam fáceis de ser lidos e encoraja o uso de caracteres simples no caso dos mais tradicionais. Isso porque há cartões nacionais de identificação que são lidos por scanners. Números e símbolos não-chineses não são permitidos, bem como caracteres que não são representados pelos computadores. Há 70 mil caracteres na China, mas apenas 13 mil estão disponíveis nos teclados. Portanto, vários cidadãos que têm seus nomes confundidos estão tendo de trocá-los.
Não-aceito: “@”: Wang “At”. Em chinês o @ é pronunciado como “ai-ta”, que é bem parecido com “eu o amo”.

3. Dinamarca
As leis dinamarquesas são bem rigorosas. A fim de evitar caprichos dos pais, os nomes podem ser escolhidos a partir de uma lista com 7 mil nomes pré-aprovados. Se os pais quiserem um que não apareça na relação, precisam ter uma autorização especial da igreja local.
Assim como no caso da Alemanha, é preciso ser possível identificar o gênero da criança pelo primeiro nome. Além disso, o último nome não pode ser usado como primeiro. Cerca de 1.100 nomes passam pela revisão do governo todo ano. Entre 15% e 20% são recusados.
Não-aceitos: Anus, Pluto e Monkey
Aceitos: Benji, Jiminico, Molli e Fee

4. Japão
Com exceção da família imperial, cada bebê recebe um nome e um sobrenome. Há milhares de “kanji” e caracteres que se repetem no Japão. O propósito é que os nomes sejam facilmente lidos e escritos.
Não-aceito: Akuma, que significa “demônio”

5. Nova Zelândia
A lei neozelandesa que trata de nascimentos, mortes e casamentos, de 1995, não permite nomes que ofendam a criança, que sejam muito longos ou que não se justificam (incluem-se aí títulos oficiais ou classe social).
Não-aceitos: Stallion, Yeah Detroit, Fish and Chips, Twisty Poi, Keenan Got Lucy, Sex Fruit, Satan e Adolf Hitler
Aceitos: Benson e Hedges (para gêmeos), Midnight Chardonnay, Number 16 Bus Shelter e Violence

6. Suécia
A lei que diz respeito ao tema foi criada em 1982 para prevenir que não-nobres usassem nomes da nobreza em seus filhos. De uma maneira geral, não são aceitos nomes que podem ofender ou causar desconforto à pessoa e aqueles que por razões óbvias não são aplicáveis a um ser humano. Em caso de troca posterior – que só pode ser feita uma vez – um dos nomes deve ser mantido.
Um dos já rejeitados foi “Brfxxccxxmnpcccclllmmnprxvclmnckssqlbb111163” (pronuncia-se “Albin”). Dado pelos pais como forma de protesto contra a lei dos nomes, foi recusado e mudado para “A”, que também foi reprovado.
Não-aceitos: Metallica, Superman, Veranda, Ikea e Elvis
Aceitos: Google (como nome do meio) e Lego

2010/07/06

PEGA-RAPAZ

Filed under: Absurdos nossos de cada dia — trezende2013 @ 10:16

Os iranianos têm vários motivos para se sentirem a mosca do cocô do cavalo do bandido. É preciso ter muita fé ou frieza para tolerar tanta sanção.
Paradoxalmente, uma das características que os cidadãos não podem alardear é que são cabeça-feita. Agora, até os cortes de cabelo masculinos são regulamentados.
Numa tentativa de livrar o país dos “cortes de cabelo decadentes do oeste”, o ministro da Cultura e Islamismo do Irã acaba de lançar um catálogo com os penteados que estão dentro das normas do governo.
Nada de “mullets”, rabos-de-cavalo ou repicados muito elaborados. Um tapa com gel é permitido – desde que em pequena quantidade –, bem como topetes e costeletas à la Elvis.
“Os estilos são inspirados na nossa cor de pele, cultura, religião e leis islâmicas”, disse Jaleh Khodayar, que é o responsável pelo “Modesty and Veil Festival” – uma espécie de “hair show” que vai acontecer este mês em Teerã.
Como tudo por lá é bem democrático, recentemente várias barbearias foram fechadas e penalizadas por oferecerem “cortes do oeste”.
Além de prenderem mulheres vestidas com golas baixas ou echarpes de cabeça muito finas, a polícia iraniana leva para o xadrez homens com cabelos espetados e calças jeans apertadinhas. Gravatas também são encaradas como símbolos da decadência do oeste.
Religiosos conservadores pedem ações firmes sobre os que usam “roupas não-islâmicas” e criticam o presidente Mahmoud Ahmadinejad – que no mês passado se declarou contrário às medidas duras em relação aos que se vestem de forma considerada impura.
Há algumas semanas, um líder religioso de Teerã chegou a dizer que mulheres são as responsáveis por desastres naturais. Hojjat ol-eslam Kazem Sediqi falou: “Muitas que não se vestem modestamente levam os homens jovens para o mau caminho e espalham o adultério pela sociedade, o que aumenta o número de terremotos”.
Fica explicada então a tenebrosa enchente no nosso Nordeste. São os deuses castigando o povo pela dança da garrafa, da manivela, do vampiro e tantas outras – geralmente realizadas em trajes nada puros.

2010/07/05

HOMO GASTRONOMICUS

Filed under: Mentes brilhantes — trezende2013 @ 10:37

Um livro lançado no ano passado nos Estados Unidos nos deixa com um macaquinho no sótão: e se a cultura teve muito mais impacto sobre a biologia do que supúnhamos?
O assunto é trazido à tona em “Catching Fire: How Cooking Made Us Human” (traduzido por aqui como “Pegando Fogo: Por que Cozinhar nos Tornou Humanos”), do antropólogo de Harvard Richard Wrangham.
Segundo ele, cozinhar é a mais poderosa força biológica e atividade universal em torno da qual a humanidade se organizou. A partir do momento em que um antepassado muito distante aprendeu a lidar com o fogo, houve o salto evolucionário.
Cozinhamos, logo existimos. Esse é o ponto de partida.
Richard nos conta que, antes de mais nada, os primatas achavam a comida cozida mais saborosa – sem contar que possibilita a digestão mais rápida e uma melhor absorção de energia do alimento.
O ato de cozinhar também reduziu o tempo de mastigação de cinco horas para uma hora diária. Com mais tempo livre, tinham mais tempo para a caça. Mesmo que o caçador voltasse de mãos vazias, podia comer algum vegetal cozido.
A partir do momento em que passamos a nos alimentar de forma mais leve, nossos maxilares e dentes não são tão exigidos e se tornam menores e mais delicados – o que explica, em parte, porque nossa aparência foi ficando diferente da dos macacos.
Além disso, o fogo foi capaz de fornecer proteção contra grandes carnívoros – o que permitiu que o “Homo erectus” descesse das árvores. O contato com o chão fez com que os homens desenvolvessem longas pernas e pés planos – ideais para corrida.
Outro ponto é que animais sem pelo podiam se aquecer graças ao fogo. Seres pelados são capazes de dissipar calor muito mais rápido, o que os torna mais ágeis do que os outros. O “Homo erectus” podia caçar outro animal porque este caía antes – de exaustão, por causa do calor.
O antropólogo explica que entre 1.8 e 1.9 milhões de anos atrás, o “Homo habilis” evoluiu e se tornou “Homo erectus”. Este tem o cérebro 40% maior, se parece muito mais com o Homem moderno do que o chimpanzé, perde a habilidade de subir em árvores, o cérebro cresce porque o sistema digestivo diminui, e o Homem passa a ter uma vida social baseada na cooperação: enquanto o marido caçava, a mulher juntava a família, cozinhava, e eles compartilhavam a comida.
O livro de Richard é a pá de cal para os defensores da modinha da “raw food” (“comida crua”).

2010/07/04

CASA BRANCA OU CASA ROSADA?

Filed under: A real do mundo real — trezende2013 @ 09:52

Neste 4 de julho falemos sobre algo que depois da Estátua da Liberdade talvez seja o maior símbolo dos Estados Unidos: seu presidente. Ou seria presidenta?
O papo é meio estranho, mas de acordo com um artigo publicado na semana passada no jornal “The Washington Post”, Obama é o primeiro presidente feminino daquele país.
Em “Obama: Our first female president”, a jornalista Kathleen Parker diz que Barack pode estar sofrendo do que ela chama de “déficit de testosterona retórico” quando tem de lidar com crises.
“Não é que ele não seja cowboy o suficiente, como alguns sugerem. O approach feminino é no sentido mais comum. Nós o avaliamos de acordo com nossas expectativas culturais, e ele não está causando a ansiedade dos machos-alfa”, escreve ela.
Segundo Kathleen, as mulheres ainda são punidas quando tentam aderir a algumas normas de gênero. São classificadas como “masculinas” ou “não femininas o bastante”. Como exemplo, ela cita um artigo de outra jornalista. Em “Hating Hillary”, Karlyn Kohrs Campbell fala que a ex-primeira-dama Hillary Clinton era castigada por falar como advogada e, consequentemente, como homem.
Kathleen se pergunta: “Será que Obama sofre do inverso?”.
Em 1998, num ensaio para a revista “New Yorker”, a escritora e ganhadora do Prêmio Nobel, Toni Morrison, escreveu que Bill Clinton era o “primeiro presidente negro dos Estados Unidos”. “Clinton tem todas as características da negritude: sua casa era administrada por um dos pais, nasceu na pobreza, era da classe trabalhadora, tocava sax e era um garoto simples do Arkansas que amava McDonald´s”.
“Se aceitarmos essa premissa”, continua Kathleen, “mesmo que não tenha sido dita seriamente, então podemos concluir que Obama tem todas as características femininas. Falo isso da maneira mais elogiosa possível. Não acho que seja deficiência. Pelo contrário, esse comportamento sugere um avanço evolucionário. No entanto, nós ainda temos expectativas – especialmente às ligadas à liderança”.
Ainda de acordo com Kathleen, de uma maneira geral, homens e mulheres se comunicam de formas diferentes. Com algumas exceções, mulheres tendem a ser mais formadoras de aliança do que independentes.
“A crise causada pelo vazamento de óleo da ‘British Petroleum’ nos oferece um compêndio de como o estilo retórico de Obama impede sua eficácia. Ninguém espera que ele coloque uma sunga e mergulhe no Golfo, mas ele tem autoridade para intervir imediatamente e não o fez. Preferiu adiar, considerar, pesar e até fazer piadas durante um jantar na Casa Branca quando ele poderia estar no Air Force One sobrevoando a costa da Louisiana.
Sua falta de imediatismo e comando vem sendo notada como falta de liderança. Quando ele finalmente se apresentou à nação no 56º dia da crise, seu discurso teve 13% de falas na voz passiva – o maior índice entre todos os presidentes deste século segundo o ‘Global Language Monitor’, que analisa a linguagem”.
Por fim, Kathleen termina dizendo que os desafios que são apresentados à presidência requerem ações decisivas e que Obama pode provar que é o primeiro presidente feminino a pagar um preço político por agir como mulher. E conclui: “Quem sabe na próxima seja a vez de uma mulher de verdade”.

2010/07/03

CINE MATERNIDADE

Filed under: Cri-crítica — trezende2013 @ 11:32

Em cartaz, o sonho de consumo do momento: gravidez. Depois que Katie Holmes deu à luz Suri e Angelina Jolie os gêmeos, arranjar uma barriga é meta no meio de modelos e atrizes – Gisele Bündchen e seu Benjamin estão aí para comprovar.
O desespero por ter um bebê é o tema de “Plano B”, com Jennifer Lopez – ela mesma estreando na maternidade há pouco tempo.
O filme fala de uma solteira proprietária de um pet-shop que depois de desistir de encontrar o par ideal resolve apelar para a produção independente. No momento em que consegue engravidar, acha o grande amor de sua vida – lindo, sarado, simpático e que “entende” de queijos e vinhos.
Os minutos iniciais do filme prometem. Como pano de fundo para os créditos, um desenho animado com um traço peculiar que mostra Nova York sob os olhos de uma grávida ou de uma mulher que pretende se tornar uma. A primeira cena segue na novidade: no consultório de um ginecologista, o close é no pé da paciente – maltratado, com joanete e unhas por fazer.
Mas em poucos minutos “Plano B” cai na previsibilidade – é aquele tipo de comédia romântica B em que adivinhamos inclusive a frase que vem a seguir.
Se por um lado o filme não retrata a protagonista Zoe tendo os clássicos desejos de grávida, por outro, força a barra nas situações em que ela já carrega o barrigão. Tudo é exagerado: da forma com que ela come, passando pela maneira que se contorce para circular com a roupa apertada até culminar com um parto na água.
Há também o chavão dos chavões: ao prestar atenção no sarado sem camisa pilotando um trator – o belo ator australiano Alex O’Loughlin – Zoe bate o carro numa árvore.
Um dos poucos acertos do filme é Nuts, o cachorro de Zoe. Carismático, ele interpreta um cão com necessidades especiais que só falta falar. Nuts se locomove com a ajuda de uma cadeira de rodas, se acidenta algumas vezes e rouba a cena do casal principal. Fora das telas, Nuts é Nubbins, um cão “normal”.
Apesar da previsibilidade e de algumas cenas inverossímeis, o público parece gostar.
Quanto a vocês, é recomendável programarem um plano B.

2010/07/02

LA GARANTÍA SOY YO

Filed under: Matutando — trezende2013 @ 10:25

É um mistério como certos “gênios” do marketing conseguem aplicar e propagar suas soluções absurdas – principalmente na área de serviços.
Se nós mesmos somos capazes de criar algo mais simples e prático para não complicar a vida de ninguém, como explicar o fato de que há milhares de empresários que embarcam em sugestões que variam entre o sem-pé-nem-cabeça e o irritante?
Há o caso clássico da abordagem dos vendedores. No comércio popular de São Paulo a maioria é bem agressiva e chega a ficar na porta da loja para atrair o cliente – alguns só faltam laçar o passante com uma corda.
Nos shoppings a situação é um pouco diferente. Além dos já famosos “posso ajudar?”; “procurando algo em especial?”; “é presente?” ou “se você levar nove peças a décima sai de graça”, de uns tempos para cá alguém comprou a ideia de que é legal importunar o cliente até o último minuto. De que forma? “Pode deixar que te acompanho” (segurando a sacola bem longe do nosso alcance).
Nós – que imaginávamos que o infortúnio cessaria no momento em que digitássemos a senha do cartão – somos obrigados a atravessar a loja inteira com um guarda-costas que só na última fronteira entrega o que nos pertence.
Quem foi que disse que essa é uma boa técnica para fidelizar o cliente? Ou o propósito aqui é preventivo? O de evitar que nos baixe uma Winona Ryder a caminho da porta?
Outra ideia totalmente desatinada são as máquinas de secar as mãos em banheiros de shoppings e cinemas. Ok, elas são mais econômicas e não poluem o meio ambiente, mas quem tem tempo para gastar dez minutos enxugando as mãos?
Infelizmente a máquina só é eficaz nos filmes – mesmo assim, em “Who´s That Girl?” Madonna a usa como secador de cabelo.
É também um enigma como algum deus do marketing conseguiu convencer os administradores da rede Cinemark de que os clientes gostam de ouvir Ed Motta enquanto aguardam o início da sessão. Por que não o silêncio? Alguns minutos de meditação antes de encararmos os 20 minutos de trailer que teremos a seguir?
Haja paciência.

2010/07/01

DEZ AVE-MARIAS

Filed under: Mentes brilhantes — trezende2013 @ 10:36

Há muito tempo o confessionário não é mais o melhor lugar para se revelar segredos e fraquezas. Por que se expor com um “representante de Deus na Terra” se você pode divulgar ao mundo – e anonimamente – suas confissões mais íntimas?
É mais ou menos essa a ideia do blog “PostSecret” – que existe desde 2005 mas que por algum estranho motivo está na lista dos melhores blogs de 2010 que acaba de ser publicada pela revista “Time”.
O blog recebe cartões postais com milhares de revelações esdrúxulas e é atualizado todos os domingos com os 20 melhores da semana. Os pré-requisitos são: ser um segredo verdadeiro e nunca ter sido contado a ninguém.
As confissões variam entre “má-conduta” sexual, desejos íntimos, hábitos constrangedores, atos “criminosos” ou ameaças (“Sempre que você me encher o saco, vou dar seu telefone para outro atendente de telemarketing”).
O blog já virou livros, comunidade no Facebook e serve de tema para as várias palestras de auto-ajuda dadas pelo criador do blog, o artista plástico americano Frank Warren.
Infelizmente o “PostSecret” não disponibiliza os arquivos anteriores – é preciso fuçar um bocado na Internet para consegui-los. Mesmo assim consegui alguns exemplos de cartões-postais enviados:

– “Sinto falta das nossas conversas às 5h30 da manhã na esteira. Elas eram sempre a melhor parte do meu dia”
– “Estou quase certo de que seu filho é autista, mas não sei como dizer isso a você”
– “Minha mãe disse: ‘chega de piercings’. Então coloquei um onde ela não pode ver”
– “A principal razão de eu querer adotar (uma criança) é que não quero ter cicatrizes”
– “Tenho medo de ter uma ereção sempre que vou ao dentista”
– “Eu leio livros de culinária no banheiro. P.S.: me desculpem, meus convidados”
– “No quinto ano meu professor era gay. Tiramos sarro dele o ano todo. Eu também sou gay. Sorry”
– “Gosto de ir à livraria e rasgar a última página de todos os romances”
– “Sabe qual a pior parte de ele ter terminado comigo? Agora eu não depilo mais a virilha”
– “Fiz uma lista dando nota para todos os meus namorados. Meu marido está em 4º ou 5º tanto em tamanho quanto em performance”

E o mais inacreditável: “Nunca fui beijada. Não sei beijar. Tenho 50 anos e fui casada por 28. Meu marido nunca me beijou, inclusive no dia do casamento. Ninguém sabe disso” (de alguém que mora em Maryland, Estados Unidos)

Visitem o blog AQUI

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