O Mundo Gira, A Lusitana Roda…

2009/02/11

REBELDIA: CAUSA E EFEITO

Filed under: Absurdos nossos de cada dia — trezende2013 @ 09:38

 

 rebel

bandaid“Passam os séculos e os homens, mas repetem-se os fatos e suas causas”. Lembrei-me hoje da frase de Gaspar Barlaeus – que encontrei na Fortaleza de Santa Catarina, em João Pessoa.
A afirmação é perfeita para definir três notícias dos jornais de hoje – duas delas ocorrem todo ano, mais ou menos nesta época.
A primeira: “a festa em Olinda não tem hora pra acabar”. Aguardem. Dentro de duas semanas ela estará por aí. Lembrem-se de mim.
O segundo destaque são os trotes violentos nas universidades. Quando o calouro não é encontrado morto na piscina, chega em coma ao hospital depois de amargar as boas-vindas a que foi submetido.
A outra é que alunos de colégios particulares de Brasília têm se reunido para brigar no Parque da Cidade.
Um “bicho” de Medicina Veterinária da “Universidade Anhanguera Educacional”, em Leme ( SP), inaugura a sessão “Trotes Universitários” do ano. Ele foi obrigado a ficar alcoolizado, teve de entrar em uma lona com restos de animais em decomposição, fezes e esterco, comer ração para cães e ainda foi submetido a uma sessão de chicotada pelos veteranos.
Resultado: deu entrada no hospital como indigente, tomou soro, recebeu oxigênio e está com diversas marcas de agressão pelo corpo.
Já as brigas entre adolescentes em Brasília dão um ar de “Juventude Transviada” à cidade. Segundo a Polícia Militar encontros marcados pela Internet com o objetivo de pancadaria têm sido frequentes.
O que diferencia os trotes das pelejas corporais federais é que pelo menos entre os jovens brasilienses há regras. Só vale bater com mãos e pés. Neste final de semana, após socos, pontapés, pisões na goela e joelhadas, a briga terminou quando um dos meninos quebrou o dedo.
Não se trata de apologia à violência, mas esse episódio chega a ser divertido e nostálgico. Inocente, até. Desde que armas e veteranos da “Anhanguera Educacional” não estejam presentes, a polícia deveria deixar essa festa não ter hora pra acabar.
Rebeldia sem causa ou incitada por filmes é perfeitamente compreensível.
O mistério é outro. O que veteranos – ou calouros – têm a comemorar ao entrar numa universidade chamada “Anhanguera Educacional”? Talvez fosse mais simples compreender se estivéssemos falando de MIT.
Melhor deixar pra lá. Quem sabe não surge um novo Gaspar Barlaeus com uma frase para explicar isso?

6 Comentários »

  1. Quando li “o que comemoram ao entrar numa universidade chamada ‘Anhanguera Educacional’?”, lembrei de um stand-up com o Danilo Gentili no qual ele ironizava uma faculdade particular chamada UniABC. “Era uma faculdade privada. Mas bem privada mesmo”, ironizava. Sei lá o que comemoram…!

    Comentário por Renan — 2009/02/11 @ 12:02

  2. So que os culpados nunca aparecem,porque o da piscina até hj nada foi resolvido e este de Leme e Brasília fica no seguinte …..vão se os dedos ficam os anéis

    Comentário por Juventino — 2009/02/11 @ 19:52

  3. Minha amiga Tati, o que está faltando para esta “mulecada” de Brasília, é mulher, eles precisam aprender a namorar e se apaixonar um pouco. Na minha opinião, veterano que dá trote violento e causa danos físicos e materiais, tem que ser punido criminalmente e expulso da Universidade.

    Forte abraço

    caurosa

    Comentário por caurosa — 2009/02/11 @ 21:18

  4. Tati,
    referindo aos trotes,uma palavra resume tudo,
    impunidade,como em tudo em nosso Brasil!

    Comentário por Rosa Magalhães — 2009/02/11 @ 22:21

  5. A rede Anhanguera é dona da maioria das universidades do DF. Alunos dessas universidades adquiridas pela Anhanguera comparam essa “fagocitose educacional” a uma invasão alienígena: chegam, dominam tudo e impõem sua cultura.
    Bem, se as brigas de rua em Brasília são organizadas por universitários, é bem provável que sejam alunos dessa instituição…

    Comentário por Ricardo Rezende — 2009/02/11 @ 22:39

  6. Cara Tati,

    O que falta a esse vergonhosos conterraneos é umas boas palmadas, pais que lhe ensinem valores morais, em vez de só trabalharem e compensarem a ausência com muita grana. Já reclamei mto da rigidez militar, herdada de meu pai, com a qual fui criada… Hoje, entendo que isso me fez uma pessoa íntegra e cheia de valores que, por isso mesmo, me envergonho ao ver esses jovens perdidos de Brasília e, que a maldita Impunidade de nosso país, faz com que verdadeiros crimes hediondos sejam visto como meros trotes… Eis a Pergunta que não quer calar: Quem será a Próxima Vítima, até que se esqueça o assunto?

    Comentário por Lilly Soares — 2009/02/12 @ 22:50


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